tag:blogger.com,1999:blog-7318817486921848132024-03-13T01:19:11.592+00:00Doce ParaleloO meu Eu incompleto.... a prosa, os contos... as históriasDoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.comBlogger19125tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-48382677659296495192010-12-31T00:46:00.000+00:002010-12-31T00:46:30.842+00:00<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TR0nL3g7QKI/AAAAAAAAAf4/K4w_LIADODY/s1600/00003.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="159" n4="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TR0nL3g7QKI/AAAAAAAAAf4/K4w_LIADODY/s200/00003.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Inspira este ar que te rodeia, putrefacto irrespirável e tenta seres tu… Apaga a dor e o medo e vai, vai onde nunca fostes, onde nunca ninguém foi. Grita a uma só voz essa dor que trazes no peito, chama o nome que te engasga e sufoca, grita que talvez alguém te oiça. Traz à pele o desespero que te fere, lambe a ferida que carregas, a mágoa de não seres ninguém. Acaba com esse desassossego, essa eterna angustia de seres nada. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Inspira o ar que te rodeia… o puro ar que te espera amanhã em cada dia, aceita esta mão que se estende e vem. Vem que jamais é tarde quando no peito um coração ainda bate, já dizia o poeta “não é tarde nem cedo para quem se quer tanto”. Devaneia a silhueta que deslumbra, esquece o medo, permite-te viver, ser e querer o que tanto anseias. Não permitas que te cortem as asas e aniquilem os sonhos, voa que o céu não tem limites, voa para lá desse horizonte que te espera. Abre a janela dos sonhos, essa porta aberta para a vida. Vem que o futuro ainda te espera… o amanhã ainda não aconteceu. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-57530183842123748932010-12-30T23:43:00.000+00:002010-12-30T23:43:31.608+00:00Hoje penso em ti....<div style="text-align: justify;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TR0YWTwqMpI/AAAAAAAAAfw/Olqzvi3lEk0/s1600/00002.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="239" n4="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TR0YWTwqMpI/AAAAAAAAAfw/Olqzvi3lEk0/s320/00002.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje penso em ti, como tantas outras vezes, sem desespero mas com uma saudade que eterniza momentos que vivem em mim, que me habitam tal como tu. Sem que queira explicar porque me invades, me possuis o corpo e a alma como nunca ninguém, uma explicação que à muito já não procuro. Sinto no corpo o fogo da primeira vez e na alma a dor de uma ausência que não existe, mas de uma distância tão real. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Penso em ti, porque hoje acordei com o teu corpo no meu, com o teu cheiro entranhado nas minhas narinas, com o terno toque dos teus lábios, com as tuas mãos a afagar-me os seios., e chamei por ti... Quase gritei teu nome... apeteceu-me tanto, tanto, saber de ti... ouvir-te a voz, e não tive coragem de te ligar para não perturbar essa tua "paz", e quis, secretamente, também quis, perturbá-la, até mesmo acabar com ela. (desculpa)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tenho saudades de ti e não receio dizê-lo é uma saudade infinita, eterna. É um precisar-te mais que a mim mesma, algo que me transcende... que não acaba mais. Quero-te, e ao contrário de ti eu não tenho medo, apenas vontade, vontade de te ter e não importa se é um instante roubado ao teu mundo ou se é tu fazeres parte do meu... tu és o meu mundo, tens uma casa de porta aberta no meu coração. Para mim será sempre um dia..., que poderá estar perto ou distante, ou até mesmo não existir. É um dia que será finalmente meu, talvez até quem sabe em outra vida, por ti ouso até pensar que outra vida possa existir, é uma forma de alimentar esta minha esperança infantil que sobrevive tão simplesmente porque eu quero e mereço tê-la. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não sabes tu que me habitas o corpo e a alma, que me possuis como nunca ninguém? Saberás tu que ainda te espero? Que jamais vou desistir de nós, por todos os motivos e mais alguns, mas principalmente porque acredito em ti e em nós... não desisto nem mesmo que me o implores. Que interessa o tempo quando é tão relativo, que importa se um dia um mês um ano? A única coisa que não posso é deixar de saber de ti e ter-te ainda mais perto seja numas palavras escritas, num breve café, ou até mesmo numa carta em branco... A mim basta-me saber de ti, saber que existes por ai.... no mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-77670744255219679292010-06-06T20:58:00.001+01:002010-06-06T21:02:12.522+01:00Para quem não acredita em finais Felizes<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TAv91Is7odI/AAAAAAAAAeo/wjTXBi6BpG0/s1600/00001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gu="true" height="125" src="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TAv91Is7odI/AAAAAAAAAeo/wjTXBi6BpG0/s200/00001.jpg" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">É urgente acreditar! Que nem tudo termina mal, que a vida é mais que um simples suceder de acontecimentos encadeados uns nos outros. A vida é mais que isso, tem de ser, se não, não fazia sentido viver. A vida é o bem mais precioso que temos, é importante nunca desistir, nem mesmo perante a maior das tormentas. É preciso acreditar em finais felizes!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O futuro constrói-se hoje. É no agora que construímos amanhã, por isso mesmo colhemos o que semeamos, há que não fazer tudo de forma inconsequente, porque todo o acto tem uma consequência e podemos não estar preparados para ela e é ai que tudo se desmorona, quando não conseguimos enfrentar as consequências dos nossos actos. Claro que a vida também nos surpreende e, infelizmente, nem sempre de forma agradável. Mas talvez esses acontecimentos menos felizes sirvam para testar a nossa força e a nossa convicção, são ensinamentos que nos fazem crescer. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Talvez seja mentira quando dizemos que não nos arrependemos de nada, porque certamente, em alguns momentos, já nos arrependemos de escolhas que fizemos ou de acções que tomamos, mas até esses arrependimentos serviram, de alguma forma, para construir aquilo que hoje somos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É urgente acreditar em finais felizes, para que valha a pena cada momento, para que possamos continuar a viver, a sonhar e a construir o nosso futuro, para que possamos correr, de forma construtiva e consciente, atrás daquilo que queremos e concretizarmos, assim, todos os nossos objectivos. Podermos alcançá-los deixando para trás o mínimo de destruição possível, porque por vezes, até mesmo sem querer, ao tentarmos alcançá-los acabamos por magoar alguém no caminho. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por isso é urgente escrevermos a nossa história de forma a também nós termos o nosso Final Feliz.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-14709299860637102922010-06-06T20:44:00.001+01:002010-06-06T20:50:08.145+01:00Não sei dizer-te Adeus... (Simplesmente Maria)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TAv6RzJEnSI/AAAAAAAAAeg/OKivRiRRiP4/s1600/000fim+de+tarde.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" gu="true" height="133" src="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/TAv6RzJEnSI/AAAAAAAAAeg/OKivRiRRiP4/s200/000fim+de+tarde.jpg" width="200" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Hoje sou eu que fujo, que me escondo da mulher que mais amei (amo) tu! Amei-te (amo-te) de forma completa, apaixonada, amei-te (amo-te) por inteiro sem reservas. Hoje parece que o tempo foi morrendo em meus braços, traiçoeiro, e trouxe pela mão as dúvidas, os medos. Sentia-te fugir entre meus dedos e não sabia, não compreendia porque te afastavas… fugiste várias vezes voltavas e eu perdoava-te, sem pedires perdão, de crimes que achavas não teres cometido, de dores que pensavas não teres causado, de feridas que eu insistia em esconder.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não me encontro mais nos momentos felizes, fujo daquilo que verdadeiramente quero e engano-me com sobras, migalhas de coisa nenhuma. Quero os teus braços, o teu beijo, a loucura insana da tua austeridade, quero o carinho que não sabes dar, e que eu, tão bem, finjo receber, concedendo a um qualquer gesto uma grandeza romântica que não possui.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabes o que isso é? Querer algo e fingir que não queremos nada, ou simplesmente guardarmos, em segredo, o que queremos, para não perdermos o que temos, só porque é melhor que não ter nada... Sabes o que isso é? Como se não soubéssemos que merecemos mais que este momento vazio, e que mesmo não sendo vazio não corresponde em nada ao que queremos, é cheio de coisas, mas de coisas que não nos fazem falta e que apenas preenchem o vazio, e um vazio preenchido, às vezes, parece melhor que a solidão. Contigo foi assim… </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sabes o que isso é? Apetecer gritar, numa sinceridade cortante, fria que queremos ISTO ou AQUILO... e tudo isso que queremos ser tão diferente do que têm para nos dar, e assim sendo que mais vale não ter nada, mas valerá? Valerá a pena trocar pouca coisa por coisa nenhuma e simplesmente partir à conquista do que idealizámos, partir depois de sabermos que essa mesma viagem já nos consumiu uma e outra vez antes, já nos engoliu e devorou anos de busca, de vida? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Valerá a pena disfarçar com a felicidade dos outros a nossa tristeza, e continuar querendo uma e outra coisa ou o que nunca se poderá ter, não porque não se tente mas, muito provavelmente, porque simplesmente o que procuramos não existe. Tu, sempre tu, foi tudo o que quis, e perdi-me em tanto querer, tanto amor, tanta cegueira… esta paixão doentia fugir-te é perca de tempo existes mesmo quando não estás. E hoje não me apetece existir em ti, por ti, para ti, mas a verdade é que eu não sei existir de outra forma que não em ti. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Maria, violentas-te a minha dignidade na noite em que bateste com a porta e partiste, o meu orgulho de macho ficou ferido até ao dia em que voltaste, com todas as razões do mundo, despejando em mim as culpas da tua saída intempestiva, da tua ausência, dos teus silêncios, e eu aceitei as culpas para que não fugisses mais uma vez, para te ter novamente. Ceguei, no silêncio doce do teu beijo, na paixão fervente do meu sangue, no teu olhar vazio que nunca entendi… e mergulhei de novo numa espiral onde apenas existes tu, Maria. Tu sabes que tens o poder dos astros, a divindade colossal de mulher-menina, que me fascina, que me faz perder o contacto com a razão e a lógica e me dota de uma irracionalidade que, quando consciente, nem mesmo eu compreendo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tu, Maria, foste mar, terra, meu chão que pisava firmemente, com o orgulho ou a estupidez de quem a paixão, o amor cegou. És a mais bela balada, tens a sensual violência de um tango, a cadência de um bolero, as voltas de uma valsa. A musicalidade dos teus ombros nus jamais poderá ser escrita numa partitura, jamais alguém a poderá tocar como eu, porque talvez nunca ninguém te sinta, te viva desta forma que me é tão particular. Sentia-me, quando mergulhava no teu corpo, como maestro e único músico de uma orquestra monumental. Não tem explicação, nem existem palavras para descrever como é possuir o teu corpo, a magia que é sentir a tua boca, as tuas mãos na minha pele… Jamais poderei esquecer-te, Maria… simplesmente Maria.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Preciso dizer-te adeus, e sei que jamais saberei como, hoje não me apetece trocar alguma coisa por coisa nenhuma mas também não me apetece esta tristeza, por isso não estou a fugir estou a tentar encontrar-me, e sei que existo algures longe de ti, mas não sei fugir-te, não sei dizer-te Adeus e sei que não me amas que nunca irás ficar, mas deixa-me que saboreei este momento enquanto ele durar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-55054458910535316552010-05-16T22:30:00.000+01:002010-05-16T22:30:04.894+01:00... Balada...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S_Bjj21kiJI/AAAAAAAAAd4/8KNybWf9Ju4/s1600/00005.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S_Bjj21kiJI/AAAAAAAAAd4/8KNybWf9Ju4/s320/00005.jpg" wt="true" /></a></div><div style="text-align: justify;">Deixo-me ficar, presa a uma melodia que toca incessantemente dentro da minha cabeça, sempre a mesma canção sempre o mesmo final abrupto. Notas que tocam em dissonância, numa música que conheço de cor e que sei sempre como termina. Vivo o presente, sedenta de uma paz que já não encontro, num desassossego trôpego e sonolento, de coração fechado, adormecido, mas com uma sede demente de viver. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Procuro por ti em todos os lugares onde vou e finjo encontrar-te até onde não estás, numa ânsia infantil de ter o que perdi, como se fosse possível ter-te em todos os lugares, em todos os momentos e recuperar um tempo que passou. Tenho sede de viver, de saborear o presente, essa dádiva de vida, e abraçar os dias como quem não tem mais dias para viver e nada mais pelo o que esperar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apetece-me voar, pousar na tua janela, na esperança que ela se abra e me deixes, enfim, entrar, e quem sabe até ficar durante o tempo com que á vida deseje nos presentear. Não fujas deste momento, que nunca fugi de ti… solta essa melodia doce que nos embala e deixa-a tocar… deixa que as notas se alinhem e que o desafinar desatinado dos nossos dias possa finalmente ser a balada doce em que te canto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-68437394512710231112010-05-11T00:44:00.000+01:002010-05-11T00:44:14.329+01:00Vida...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S-iZ_ArXTVI/AAAAAAAAAdg/mm9zK8oIEmw/s1600/alba18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S-iZ_ArXTVI/AAAAAAAAAdg/mm9zK8oIEmw/s320/alba18.jpg" tt="true" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Parecia que me olhavas, que aquele olhar captado pela objectiva, a uns milhares de quilómetros de distância, era para mim. Estavas ali à minha frente numa imagem bidimensional, sem movimento, e eu podia facilmente imaginar-te aqui sentado do meu lado, com aquele mesmo livro na mão a olhares para mim e a falares-me, sem proferires palavra, naquele teu silêncio tão esclarecedor, tão cheio de promessas silenciosas, que não se precisam dizer. E pouco me importa que nunca se cumpram, senti a veracidade com que as desejastes, a vontade com que as sonhamos juntos enquanto separados. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ali estavas tu à minha frente a olhares para mim, tinhas uma barba que me recordava uma outra noite, em que fomos à praia, num dos teus muitos e espaçados regressos. Depois veio-me à memória uma ida ao Porto uma paragem fugidia pelo caminho e um beijo, apenas e só um beijo. A memória abriu-se e recordei umas bancadas de um pequeno campo de terra batida e um beijo que se deu a medo, deixando, ao fim de tantos anos, na boca, o sabor a esperança, a esperança de que pudessem haver muitos mais depois daquele. E mais uma fuga, por medo ou cobardia, tiveste medo quando tinhas a vida toda e continuas com medo, agora que a vida toda pode ser apenas um único instante, um simples e solitário suspiro. Sempre o medo a toldar-nos a existência, a extinguir-nos as vontades e os quereres. E deixamo-nos morrer lentamente à porta dos sonhos, com medo de entrar e descobrir o que poderia ter sido se tivéssemos tido a coragem de arriscar e dar um passo no escuro, o derradeiro passo, que nos lançaria no abismo ou que nos faria voar. E quero acreditar que a esperança nunca morre, que a minha é do tamanho do mundo e suficiente para nós os dois. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há dias em que a esperança jorra, transborda de mim e inunda o mundo à minha volta, mas também desespero, também duvido, mas jamais abandono aquilo em que acredito mesmo quando estou a duvidar. Sei que passa que a dúvida vai e vem como a ausência, que às vezes precisamos apenas de um sinal para continuar a acreditar. E sempre tive os sinais que me permitiram acreditar mais que duvidar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estás aqui, à minha frente, a olhar para mim nesta tua imagem bidimensional e parece que estás aqui que nunca daqui saíste, a dizer-me que posso ter o mundo se quiser, mas para que serve tê-lo se não o puder partilhar. Não percebes que é por ti que eu espero, na demora do tempo que teima em arrastar-se, em não passar. Passo a mão pelo teu rosto naquela fotografia e sou capaz de sentir-te a pele nos meus dedos e, basta fechar os olhos, para sentir o teu beijo, o teu cheiro e ouvir a tua voz doce suave, que me acalma numa paz que não sei explicar. E pergunto porque não te tenho aqui? Porque o medo, ou talvez não, nos impediu de fazer, num outro dia, uma escolha que poderia ter feito toda a diferença, ou talvez não. Hoje assola-me o que poderia ter sido se… </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje sou um poço fundo de esperança, sou capaz de dar o salto, de arriscar aquele passo no escuro e ver até onde posso chegar, quero ver o que está para lá deste muro invisível que não ousei transpor, por medo, sempre o medo de arriscar. Não quero ter arrependimentos, não adianta de nada fugir quando coisas há que nos perseguem, porque é em nós que existem independentemente de onde e com quem estejamos. Não estou sozinha nesta luta, eu sou capaz, ao ver-te olhar para mim eu sei que sou capaz. Tu fazes-me bem… e eu adivinho-te o sentir sem palavras, “grito os teus próprios gritos” e tu lês-me à distância de milhares de quilómetros… Parece que sabes quando ir e vir… ouves os meus pensamentos e vens sempre que preciso de ti… és uma lufada de vida na própria vida porque és a vida em si.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-40113280620241319372010-04-18T21:59:00.000+01:002010-04-18T21:59:14.358+01:00...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8twEznQixI/AAAAAAAAAcA/789A6qeuPjQ/s1600/sandra3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8twEznQixI/AAAAAAAAAcA/789A6qeuPjQ/s200/sandra3.jpg" width="200" wt="true" /></a></div><div style="text-align: justify;">Acredito no Amor, como sendo um sentimento nobre grandiosos, mas também egoísta, acredito que seja capaz de demover montanhas, de derrubar e erguer muros, de construir e destruir mundos. Só não acredito nos sentimentos dos outros, nos teus. Não acredito na sua veracidade, na sua honestidade, no seu poder. Acredito no Amor como o mais poderoso dos sentimentos, mas não acredito no amor dos outros, na sua grandeza. O amor não se desvanece, não cessa, não acaba num ápice, não morre de morte súbita se for amor. Nunca foi Amor. Senti algo da tua parte mas não era Amor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O amor tem a grandeza de lutar, de se defender, coexiste com as dificuldades e sobrevive. O Amor é único, capaz de durar a vida inteira, capaz de mudar o mais relutante dos Homens, capaz de enfrentar dificuldades mas quando não há amor não vale a pena lutar, nem tentar sequer, nada não vale a pena. Não vale a pena uma luta, nem a mais pequena, muito menos a mais longa batalha que é tentar uma vida a dois… E tu não queres lutas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Por isso nunca me amaste, gostaste de mim, servi para aquele momento, preenchi um espaço que estava vazio, servi o meu propósito, acontece. Mas o que não deve acontecer é levar as coisas longe demais, tão longe que a dor que causa não vale sequer o propósito que a tua passagem pela minha vida tenha tido. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não se deve criar ilusões nos outros, fazê-los acreditar que é possível, que até é isso que queremos. Fazê-los acreditar que até são amados, que queremos ficar do seu lado, eu não merecia que me fizesses acreditar tanto em algo que não era verdade, porque se fosse amor não acabava assim, desfeito, porque não queres mais lutas… </div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-87214602393754729642010-04-18T12:50:00.000+01:002010-04-18T12:50:11.829+01:00Hoje chorei por mim...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8rxtV2JpAI/AAAAAAAAAb4/85ij8C0DQeU/s1600/alba49.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="145" src="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8rxtV2JpAI/AAAAAAAAAb4/85ij8C0DQeU/s200/alba49.jpg" width="200" wt="true" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Estou numa fase difícil da minha vida, estou a refazer-me, a tentar juntar os cacos, a reinventar-me todos os dias. Não deixei de sorrir, mas é um falso sorriso que serve para esconder o que carrego amargamente no peito, é como se desempenhasse um papel que me ajuda a passar pelos dias de uma forma mais leve e menos penosa. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estou a tentar, reerguer-me, da cinzas e à procura o meu lugar, a tentar recuperar os sonhos, quem sabe novos sonhos, que os velhos morreram prematuramente de morte súbita e inesperada. Não é fácil apagar as memórias, não é fácil esquecer uma pessoa que se amou, com quem se pensava construir uma vida, não é fácil lidar com a decepção, porque não é fácil pensar que se amou uma pessoa que não existia, que afinal não era nada daquilo que pensávamos ser, mas acreditei e é difícil deixar de acreditar só porque nos dizem que acabou. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Sou mais forte que isto, sou maior que isto, eu sei, mas não deixo de sofrer nem de me angustiar dia após dia. E o tempo que costuma ajudar, pelo contrário, até parece que quanto mais tempo passa, mais se intensificam as recordações, as saudades e as dúvidas. Quanto mais tempo passa, quanto mais penso mais me custa acreditar no que aconteceu, mas por outro lado quanto mais tempo passa mais me convenço, talvez porque seja mais fácil, que ele nunca me amou. É quase como se tentasse converter o amor que sinto em ódio, e até isto me desespera, porque eu não quero odiar apenas quero não sentir nada.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje salvaram-me as lágrimas e, pela primeira vez fui capaz de chorar, por mim, não por pena, apenas porque precisava chorar, e chorar aliviou o nó na garganta e a angustia que trazia no peito. Mas as lágrimas agora secaram novamente, e tento encontrar a remissão por ter permitido que me magoassem por me ter permitido o luxo de acreditar que era possível realizar um sonho, e acreditei tanto, acreditei demais. Mas eu não sei viver de outra forma, apesar do tanto que me faço sofrer.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-83448813276367458092010-04-17T03:50:00.000+01:002010-04-17T03:50:59.872+01:00Dualidades (Pedra e Água)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8khk1plmDI/AAAAAAAAAbo/TvJ6GbDpk3s/s1600/IMGP0011.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8khk1plmDI/AAAAAAAAAbo/TvJ6GbDpk3s/s320/IMGP0011.JPG" wt="true" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">O sono abandonou-me, deixando-me desperta noite fora. O vazio da cama parece um oceano revolto, profundo, onde me afogo em pensamentos que me roubam o sono. Fecho os olhos e as imagens disparam a uma velocidade alucinante. São memórias de dias felizes que terminam sempre naquela mesma tarde em que dissipaste todos os meus sonhos com uma simples frase “não sinto nada”. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A indiferença, como se amar fosse um negócio, e uma vida a dois, um apêndice da vida, que se corta, porque não faz falta, porque já serviu e hoje já não serve. Subi tão alto que a queda foi maior, quis voar sem asas, acreditei em ti, na tua certeza, na tua determinação, no teu amor, e afinal era tão frágil, tão pequenino, tão subtil. Não houve nem tempestade, nem tormenta, o fim nunca se anunciou, simplesmente aconteceu. Num dia fazias juras de amor no outro … não sei, não percebi, não vi o que aconteceu. E mesmo hoje, olhando para trás ainda não vejo, ainda não entendo. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Depois flutuam na minha cabeça um turbilhão desencontrado de sentimentos confusos, que se enrolam num emaranhado, fazendo um nó que não sei desatar. Só uma imagem perdura, quando os momentos felizes se dispersam, nunca me amaste. E dói, dói tanto pensar que fui tão cega que não vi, que senti o que nunca existiu, se existisse amor não partias sem razão, sim porque dizes não saberes a razão. És um desistente, como tu mesmo disseste não queres lutas, é mais fácil ser uma ilha que partilhar. Ainda ontem me querias a teu lado e de repente não querias nada, ou não sabias o que querias, ou sei lá…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A madrugada traz o teu nome, num temporal que não ocorre apenas lá fora, que está dentro de mim. Apetece-me esbofetear-te, insultar-te, tanto como me apetece abraçar-te, beijar-te. É a dualidade do que sinto que me corrói, como se fosses uma moeda de duas faces uma desprezo a outra amo, uma odeio a outra adoro. Nunca poderás entender o que sinto, nunca saberás o mal que causaste. Abomino a tua cobardia, tanto como um dia já admirei a tua coragem. Desprezo-te mas amo-te, pelas mesmas razões. É uma dualidade tudo isto que sinto... Talvez um dia a madrugada me traga paz, talvez um dia a dualidade se dissipe, mas hoje, devora-me lentamente, tanto pensar em ti, tanto amor, tanto querer, e ao mesmo tempo tanta raiva, tanto ódio e nenhum pranto. Quero-te de volta e quero-te longe, mas estar longe em nada me alivia, e estares perto já nem eu sei se queria… </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Falavas tanto de confiança, eu confiei nos teus sentimentos, nas tuas intenções, nos planos, nas tuas certezas, na tua força, na tua coragem e determinação. Acreditei que acreditavas em nós. Agora, arrependo-me de ter confiado tanto nas tuas certezas, de ter acreditado tanto no teu desejo de me teres a teu lado, de ficares do meu. E, apesar do que senti, duvido até do que vivemos, e às vezes desejo que tivesse sido apenas uma história de um livro que li e que facilmente se esquece. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vivo numa dualidade, também eu sou uma moeda de duas faces, uma acredita, outra duvida, uma quer a outra não, uma luta a outra desiste, uma ama a outra odeia, uma adora a outra despreza, uma é raiva a outra é pranto.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É com esta dualidade que eu não sei viver. Por isso é urgente esquecer! Somos como Pedra e Água...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-79493827154423526612010-04-17T01:36:00.001+01:002010-04-17T01:55:36.518+01:00É Urgente!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8kCHUWB__I/AAAAAAAAAbg/k5qrI6CfT70/s1600/alba10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S8kCHUWB__I/AAAAAAAAAbg/k5qrI6CfT70/s320/alba10.jpg" wt="true" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Os meus sonhos morreram, estou de luto. É urgente deixar de pensar em ti, é urgente apagar as memórias de nós, que o tempo parece não as querer levar, é urgente guardá-las! É urgente matar esta saudade doentia, é urgente deixar de te amar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não sei se saberei viver suspensa na memória do que fomos, do que éramos, agarrada a um tempo que apenas foi meu, que nunca foi verdadeiramente nosso. Hoje não imagino que um dia outro homem me possa tocar sem que eu pense em ti, hoje duvido que algum dia volte a amar. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ainda vives na minha pele, ainda habitas a minha cama, o meu ser, o meu pensar. Temo nunca mais ser capaz de acreditar. É urgente esquecer, quem sabe um dia possas ser apenas um doce recordar, mais uma memória. Talvez um dia sejas paz, hoje és guerra! </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje estás ainda presente nos pequenos nadas do meu dia a dia. Os momentos aparecem em flash quando menos espero, e assaltam-me a meio da noite, e tento não pensar. O que sinto nem sei se é dor, é de certeza desilusão, ou foi como foi ou eu estava cega e não vi. Ainda não chorei, e talvez precise para lavar a alma, talvez as lágrimas te levem num rio para longe de mim. É urgente que a distância, a ausência ajudem. Quero tanto esquecer-te, continuar, e não sou capaz.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">É urgente acabar com pensamentos difusos, contraditórios. Hoje só vejo dualidade no que dizes, fruto da confusão ou da tua cobardia. Não quero pensar o pior de ti, porque assim, teria que acreditar que tinha vivido uma mentira. “The Sky is the limit…” e eu caí a pique.</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Mas hoje é urgente salvar-me do abismo, é urgente pensar em mim… mas até quando penso em mim é contigo que adormeço. És ainda quase tudo, roubaste o meu coração, levaste-o contigo, devolvemo-lo!</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">É urgente reconstruir os meus sonhos, é urgente reerguer-me das cinzas deste fogo que se extinguiu, é urgente, tão urgente esquecer-te. É urgente deixar de procurar o que nunca existiu, por agora, é urgente ESQUECER!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-8945068260308967542010-04-09T14:53:00.002+01:002010-04-09T14:55:37.350+01:00É saudade...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S78whzGLgHI/AAAAAAAAAbI/1G1aO7mdPO8/s1600/solid%C3%A3o7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S78whzGLgHI/AAAAAAAAAbI/1G1aO7mdPO8/s200/solid%C3%A3o7.jpg" width="150" wt="true" /></a></div><div style="text-align: justify;">Os dias irão correr sempre iguais, sem mudanças, na imutabilidade díspar dos dias por viver. Hoje são os pormenores que me assolam a cada instante, coisas da minha cabeça, réstias de um passado recente que me marcou, que ainda vive. Mas, pelo menos por hoje, é sem dor, apenas a saudade, a inequívoca vontade de regresso a um lugar que já não é o nosso, que não é meu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Um dia parecem anos, uma eternidade que eu não tenho, a vida passa num ápice. Apetece voltar, ficar, partir, morrer, esquecer, viver, fugir…. Há estrada em frente, mais uma coisa para a minha “mochila”… mais uma que carrego. Não é mágoa, apenas saudade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Incomoda-me a felicidade dos outros, os risos, e aparentemente até estou feliz, escolho viver na fácil aparência do que não sinto, não é a forma certa mas é a melhor maneira quando a alternativa levaria a perguntas às quais não quero responder. Não é inveja, apenas saudade. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estás no nascer do sol, na brisa da manhã, no vendaval da tarde, na chuva, nas gotas de orvalho, no pôr-do-sol, no cair da noite, nas estrelas, no céu, na lua mas na verdade apenas estás em mim. Na minha pele, nos meus lábios, presente quando fecho os olhos, ausente sempre que os abro. Não é fraqueza é saudade…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-2450031258470968732010-04-07T14:42:00.000+01:002010-04-07T14:42:39.300+01:00O teu silêncio...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S7yLlOR1CDI/AAAAAAAAAa4/55rulUpF83M/s1600/paraiso+perdido.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" nt="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/S7yLlOR1CDI/AAAAAAAAAa4/55rulUpF83M/s320/paraiso+perdido.jpg" /></a></div><br />
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<div style="text-align: justify;">Há silêncios que quase nos matam de tanto querer... querer o verdadeiro silêncio ou a presença inequívoca de alguém, de alguma coisa que nos transcende...</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Vem depois o medo de errar, de nos embrenharmos de tal modo nos nossos erros até que não haja nenhuma saída... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E quando não foi... não é um erro, mas sim um desejo que nos cega e precipita para além de tudo e de todos... que dizer então desta loucura sã, deste sentir que se repete vezes sem conta, que se arrasta pelos anos, que consome a vida inteira sem que para tal haja castigo ou perdão?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Que dizer quando nos transporta para além de aqui e agora, para além de nós mesmos, para lá da mera existência e nos transcende...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Trespassa-me sem dor mas repleto de uma saudade quase absurda... que fazer com o que sinto? Que fazer quando tudo o que me resta é aqui e agora e esta memória tão distante e tão presente... só tenho que me perdoar por não poder ser e estar, é presente que me contempla à distância amarga de um futuro que não temos…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Será sempre para sempre assim e nada posso, ou quero, fazer para que este momento seja diferente, não basta a ausência, não chega, nem a morte, nem o fim escrito sobre a areia à beira mar e que se apaga na primeira onda. Não há fim numa história que reescrevo a cada instante e que a memória não esquece... Não há fim numa história que dura há tempo demais, que se escreve nas páginas brancas de um livro ainda por escrever mas que existe em cada um de nós e onde nenhum de nós quer escrever a última e derradeira página…</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-58189144283083761932010-03-05T00:48:00.000+00:002010-03-05T00:48:54.861+00:00Ainda sem título... O Final… noticias que foram chegando espaçadas… Mas desta vez a tua partida tinha deixado atrás de ti um rasto que perdura, um pedaço de ti que me acompanha e me faz recordar-te todos os dias, a todas as horas, a minha única razão de viver, um filho!<br />
<br />
<br />
A semente de uma vida melhor e diferente, um rejubilar que se ancorou em mim para todo o sempre, a única coisa de que nunca me arrependo. Escrevi-te assim que soube onde estavas e não te contei, não queria que essa fosse a única razão para voltares. Esperei pacientemente noticias tuas que chegavam a conta gotas. O tempo foi passando o verão chegou imponente e com ele Agosto, nasceu o nosso filho.<br />
<br />
O tempo passou ele era o rejubilar reluzente a tua cara, os teus olhos azul cinza, o teu sorriso… Renasci das cinzas ganhei uma razão para viver, mas dias havia em que mergulhava na tristeza de já não me sentir mulher apenas mãe. Eras tu, sempre tu a tua memória a castigar-me o dia a dia. Quem poderia amar assim quem não nos ama, e repetia, para mim mesma, razões para parar com essa insensatez, mas eu sentia! Sentia que me amavas de cada vez que te falava, em cada carta, em cada telefonema… tinha ao menos essa certeza e nem me importava que mais parecesse mentira.<br />
<br />
Um dia chegaste sem saber o que irias encontrar, nunca te o tinha contado. Perturbou-te saber que tinhas um filho, ficaste magoado por te o ter escondido por tanto tempo, a tua ausência durou mais de 2 anos. Mesmo assim não me pediste explicações, voltaste da mesma forma natural e inabalável, com a mesma certeza com que partiste. Seria eu um porto? O único onde poderias atracar sem perguntas, sempre que quisesses?<br />
<br />
Nunca me cansei de ti… só que hoje não sei que te diria se voltasses, queria ter coragem para fechar a porta, não entendo, nunca entendi a razão para que a nossa ligação seja tão forte. Apetece-me seguir em frente, tenho todas as razões para fazê-lo, mas continuo ancorada neste porto, à espera que regresses nem sei bem de onde, que venhas envolto de mistério para me abraçares. Parte de mim quer partir, outra parte anseia ficar… <br />
<br />
Amo dois mundos, o que deixas para trás e o que levas contigo e abalroas de cada vez que partes. Esse mesmo mundo que eu mesma reedifico uma e outra vez, numa ânsia tola de que talvez desta vez ele sobreviva.<br />
<br />
Hoje se voltares, quando voltares, apetecia-me ter a coragem de fechar definitivamente a porta para poder viver uma outra vida que não esta, mas parte de mim sabe que quase, quase me apetece dizer: Vem e fica!DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-50403791266837088762009-12-17T22:41:00.001+00:002009-12-17T22:41:37.490+00:00Ainda sem título... II Parte…, beijaste-me e disseste:<br />
- Aceitas-me para sempre na tua vida?<br />
Aceitei, mas sempre soube que para sempre seria tempo demais.<br />
<br />
Já Paris ia distante… no espaço e no tempo. Tinha sido a noite de todas as noites anunciou o regresso que se adivinhava tão definitivo. E regressaste sim, a Lisboa pouco tempo depois daquele nosso devaneio parisiense.<br />
<br />
Aceitei, acreditei que era para mim que regressavas, mas já eu te adivinhava nova partida, por nunca acreditar que pudesses algum dia ficar. Edificamos novos sonhos, fizemos planos, como castelos de cartas edificados no meio de um vendaval. Fomos tu e eu durante uns meses, um casal convencional e convencionado. <br />
<br />
O tempo passou numa folia constante de viver um dia de cada vez e sorver o presente ansiando construir um amanhã que nunca chegava, o futuro é assim mesmo incerto, mas sei lá convém termos algumas certezas que valham a pena. É bom traçar um objectivo e tentar alcançá-lo, dê lá para onde der, lutar por isso, acreditar, é bom não é? Eu ainda acredito que sim.<br />
<br />
Passaram-se meses, um ano, dois tudo acreditava que querias ficar e que ficavas porque querias. Acreditava…, se houveram sinais eu não os vi e nem mesmo hoje, olhando para trás, sou capaz de os identificar. Chegou o Inverno de um ano qualquer, o calendário só serve mesmo para ver os dias passar e contabilizar o tempo, o tempo é relativo. Chegou Dezembro com o prenúncio de morte não anunciada. Desta vez não partiste, fugiste… deixaste uma carta de poucas linhas, um bilhete de quem vai mas volta, um recado. Uma fuga incompreensível, sem sentido.<br />
<br />
<em></em><br />
<blockquote><div style="text-align: left;"><em>“Sabes que te amo, disso nunca duvides, mas sou como um navio de velas ao vento, estive ancorado tempo demais, preciso partir de novo sem destino, quando souber onde estou quando parar dou notícias. Amo-te”</em><br />
</div></blockquote><div style="text-align: left;"><br />
</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-13570313040421892302009-12-09T19:58:00.000+00:002009-12-09T19:58:08.182+00:00Desafio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/SyAA10TISFI/AAAAAAAAAYc/Klk5tBlWNJ0/s1600-h/SeloDesafio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/SyAA10TISFI/AAAAAAAAAYc/Klk5tBlWNJ0/s320/SeloDesafio.jpg" /></a><br />
</div>Do blogue "Os 4 Elementos” (http://os-4-elementos-2009.blogspot.com) chegou-me este desafio e respectivo selo.<br />
<br />
<br />
Para participar devo:<br />
- seguir as regras;<br />
- postar o selo acima que indica quem está, esteve ou estará no desafio;<br />
- completar as seguintes frases:<br />
<br />
a) Eu já... renasci vezes sem conta por pensar quase ter morrido.<br />
<br />
b) Eu nunca... abandono aquilo em que acredito.<br />
<br />
c) Eu sei... que se deve viver um dia de cada vez… mas às vezes é tão difícil.<br />
<br />
d) Eu quero... poder ter tudo com que sonhei, ou pelo menos tentar.<br />
<br />
e) Eu sonho... que a felicidade é possível e está ao nosso alcance.<br />
<br />
- indicar cinco blogues para dar seguimento ao desafio: bem ainda estou a pensar….DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-36149529383115089472009-09-26T12:06:00.000+01:002009-09-26T12:07:54.357+01:00Ainda sem título... I Parte<div align="justify"><br />Era uma tarde de verão solarenga e abafada, daquelas em que o céu parece pairar sobre as nossas cabeças, como se pudesse abater-se sobre a terra a qualquer momento. Parecia apenas e só mais um dia de verão igual a tantos outros<br /><br />As horas passavam lentamente, sem pressa. Saí de casa, senti o bafo quente do ar que parecia querer sufocar-me. Entrei no carro e segui, sem pressa, numa falsa e triste calma. Fui sem rumo certo. Acabei a conduzir pela Marginal rumo a Cascais, um caminho que me era docemente familiar, uma estrada que conheço de cor e onde, já antes, me perdi tantas e tantas vezes, uma estrada onde a tristeza já me tinha conduzido vezes sem conta.<br /><br />No pensamento um vastíssimo vazio, de uma simplicidade mais complexa do que eu era capaz de admitir. Do meu lado esquerdo estendia-se o rio rumo à foz onde abraça o mar, se mistura, perde e transforma, onde se funde no sal imenso do mar.<br /><br />Adoro o mar! Tem uma força, uma vastidão que me cativa, que me prende e me acalma. Parece que afogo nele a minha dor, a minha tristeza as minhas angústias e renasço, refeita de coisa nenhuma de cada vez que pouco o meu olhar sobre as suas águas.<br /><br />Parei junto à praia e deixei-me ficar por ali dispersa em tudo e em coisa nenhuma e esqueci-me do tempo a passar. Embrenhei-me de tal forma em mim mesma que nem dei pelo pôr-do-sol lá longe no horizonte. Nem me apercebi que já a noite despontara, cobrindo com o seu manto tudo em meu redor. Estava lua nova anunciando uma noite escura como breu.<br /><br />Quando dei por mim, ali parada de frente para o mar, esquecida de viver, era noite cerrada. Foi como se estivesse num estado de apático, adormecida, inconsciente. Tinha as pernas dormentes, não sei quantas horas ali estive mas certamente foram muitas. Não sei se o pôr-do-sol foi genial, só sei que estava noite cerrada quando voltei a mim, acordei.<br /><br />A mim pareceu-me que ali tinha estado parada dias a fio, a mim pareceu-me a vida toda. Numa contradição, podia jurar, não fosse já ser noite, que tanto acreditava que ali tinha estado o dia inteiro como apenas breves minutos. Na verdade não tenho noção do tempo que passou enquanto ali estive, tanto me parecia um minuto como a vida toda.<br /><br />Não sei o que me levou até ali naquela tarde de verão, ou talvez simplesmente não seja capaz de reconhecer para mim mesma o que na verdade me levou até ao lugar onde hoje me encontro.<br /><br />Era ininterrupto… Um abraço que se perde no tempo, um beijo que se esquece de dar ou de ter dado, mas hoje era a solidão a dor sem interrupção sem um ténue vislumbre de que pudesse ter fim.<br /><br />Mais uma das tua inúmeras fugas, e a pergunta que pairava no ar nem era se voltavas, voltavas sempre, podia ser por um dia, por umas horas, semanas, meses mas voltavas. O tempo tinha-me dado essa estranha certeza. A pergunta era outra, seria desta vez que eu tinha a coragem de não te abrir, mais uma vez a porta? Seria eu capaz de fechá-la definitivamente? Ou pensaria, mais uma vez, que seria capaz e, ao ver-te chegar, tão seguro de ti mesmo, tão cheio de sonhos e esperanças, perderia a coragem e escancarava a porta para te receber, como outras vezes fiz? Voltarias mais tarde, num dia qualquer sem avisar, sem perguntares sequer se podias, e aí, seria eu capaz de não te receber, de ao menos hesitar? Seria?<br /><br />Irias escrever de vez em quando, perturbar a minha paz com as tuas palavras, que me embriagavam, encheres-me de sonhos e promessas e desapareceres novamente até um outro dia. Existirias para mim a espaços, aqui e ali a salpicares sem sentido a minha existência, a invadires a minha cama numa madrugada qualquer. Sem perguntas nem respostas, ias e vinhas apenas por saberes que eu largava tudo de cada vez que tu chegavas. Vivias com a certeza de poderes voltar e eu com a certeza que voltavas deixava-me apenas existir.<br /><br />De cada vez que partias apetecia-me fugir, desaparecer, evaporar-me, fechar a porta, mudar de morada e apagar o teu rasto que eu seguia até mesmo inconscientemente. Eu era duas em paralelo aquela que espera e a que deixa a vida acontecer mas sem grandes expectativas não vás tu entrares pela porta a qualquer momento, não vás tu querer voltar. Vivia disponível para ti, sempre, mas inconscientemente indisponível para toda a gente.<br /><br />Quando recebia uma carta ou um postal teu surgiam todas as dúvidas se algo estava a começar terminava mesmo ali mesmo antes de começar. Desta vez a tua fuga tinha-te levado até à Alemanha. Recordo aquela tarde em que chegaste a casa sorrindo com um ar jovial e alegre, com aquele teu ar de quem é capaz de conquistar o mundo e dominá-lo até se quiser. Trazias uma novidade vinhas extasiado, com a perspectiva de um trabalho na Alemanha, aliás partirias brevemente, irias ganhar muito dinheiro, quem te ouvisse, pela forma como falavas, certamente era capaz de acreditar até, que irias ficar rico, eu conhecia aquela lengalenga de cor e salteado. Mais uma vez apanhada de surpresa, bem na verdade eu já esperava que isso viesse a acontecer, só não sabia quando, mas a esperança que talvez desta vez fosse diferente morreu naquele instante. Partias dentro de uma semana anunciaste alegremente e no teu olhar havia um pedido para que eu partilhasse aquela alegria contigo, não fui capaz, tinha um nó no peito, a garganta seca e sentia uma dor aguda e fulminante era uma dor emocional mas parecia quase física.<br /><br />- Queres vir? Vem Comigo! – quase me soou a piada, saída de um daqueles filmes sem graça nenhuma.<br />- Claro…, deixo tudo e lá vou eu para a Alemanha, fazer o quê?<br />- Não sei logo se vê…<br />Mais uma vez deu-me vontade de rir um riso misturado com angustia que me dava a certeza de que a tua partida era inevitável, tão real como ter-te naquele momento à minha frente.<br /><br />Eu não podia abandonar tudo, não tinha a tua coragem e muito mesmo o teu espírito de aventura, já arriscara antes e conhecia as consequências, além do mais conhecia-te o suficiente para saber que não poderia contar sempre contigo, outras fugas viriam, tu eras imprevisível. Não nego que era essa mesma imprevisibilidade que me fascinava, aliás isso tinha tanto de fascinante como de aterrador, era ela que me causava angustia e dor inúmeras vezes.<br /><br />Partiste uma semana depois, beijos lágrimas as promessas vazias do costume, pedias-me que te esperasse e eu jurava que sim. A tua promessa vã de que brevemente regressarias, esquecias-te é que para ti brevemente poderia ser um ano como da última vez. Não deixas-te morada nem telefone, apenas sabia que embarcaras rumo a Munique, soube mais tarde que acabarias por assentar, por uns tempos em Leipzig.<br /><br />Nas primeiras semanas após a tua partida corria de casa para o emprego para esperar um telefonema teu ou ver se chegara alguma carta. Não poderás jamais imaginar a angustia a tristeza, as noites passadas em claro, os maços de cigarros que fumei, noites houve em que acredito ter contado todas as estrelas do céu. Mas o tempo foi passando, um dia atrás do outro, e a ansiedade foi diminuindo até quase desaparecer. Deixei de ir a correr para casa aquelas paredes pareciam não ajudar a esquecer-te ou pelo menos a afastar-te do pensamento.<br /><br />Chegou o Natal nessa altura já a minha vida ia acontecendo, tinha posto um ponto final naquela espera doentia, comecei a sair com os amigos, noitadas, copos um ou outro olhar interessante mas continuava interiormente confinada a um espaço onde apenas existias tu. Na verdade não suportava estar em casa à noite, parecia que a noite me trazia de ti o teu cheiro, as tuas memórias, o teu nome. Recordava-me que te tinha perdido para um Mundo do qual eu nunca faria parte, e duvidava, muitas vezes, se era porque não me querias lá ou porque eu não tinha coragem suficiente para fazer parte dele e aventurar-me a teu lado por esse mundo fora.<br /><br />Saía todos os dias até de madrugada, chegava tão cansada que apenas era capaz de cair na cama e adormecer, depois acordava de manhã e saía para enfrentar mais um dia. Às vezes durante o dia quase parecia que não existias “Quantos dias se passam sem tu apareceres. E às vezes penso é bom que assim seja para eu aprender a estar só”<br /><br />Tinha medo do silêncio, do silêncio e daquelas quatro paredes que se fechavam sobre mim de cada vez que me apanhavam entre elas. Recordações a mais tão vividas que me atormentavam, como fantasmas, de cada vez que a noite caía. Ainda havia sítios onde não ia, músicas que não queria ouvir e uma casa, que era minha, e onde não queria estar a rua era o meu refúgio, a noite, os bares e discotecas de Lisboa e um grupo de pseudo-amigos que de mim sabiam pouco mais que o meu primeiro nome.<br /><br />Uma vida fútil, vazia mas que me fazia andar à tona de água que me dava a capacidade de sobreviver e enfrentar o dia a dia, sem me afogar, sem perder definitivamente o pé. Pelo menos, aparentemente vivia, aparentemente para quem me rodeava eu estava a “superar bem”. O resto pouco ou nada importa, como eram as minhas noites, os meus dias sem ti, nunca saberás, como nunca ninguém soube.<br />Uma noite após a outra, passavam por mim sem que eu desse por isso, sem que eu parasse para ver, para poder aperceber-me que embora vivesse tinha parado de viver.<br /><br />As tuas cartas alimentavam por breves instantes as minhas esperanças finalmente uma morada para onde eu podia enviar cartas que provavelmente nunca lerias. Seguiam apressadas umas atrás das outras nada havia para contar se não o que se passava dentro de mim. Chegou um convite para te visitar em Lepzig iria ter contigo a Munique, uma semana. Mais uma vez, sem hesitar sem olhar para trás, aceitei.<br />Recordo-me que era inverno, talvez fosse Janeiro, não sei ao certo, apanhei o avião em Lisboa, deveria chegar a Munique ao fim da tarde. Rumei a Amesterdão onde faria uma curta escala, e depois a Munique. Cheguei a Munique já era noite embora ainda fossem 17 horas. Saí do avião a pé dirigi-me ao tapete para recolher a mala e fui até à sala de chegadas, lá estavas tu, viste-me sorriste, correste para mim como uma ansiedade quase infantil e um sorriso que, juro parecia capaz de iluminar uma sala inteira. Abraçaste-me como se me quisesses fundir em ti. Foram dias maravilhosos, não posso dizer que matei todas as saudades mas senti como se nunca tivéssemos estado separados nem por um só instante. Era isso que era mágico, podíamos estar meses a fio separados mas quando estavas juntos nada disso importava, nunca perdíamos tempo a falar do tempo que tínhamos estado separados mas sim a aproveitar o pouco tempo em que estávamos juntos. Ofereceste-me uma escultura em madeira, talhada no tronco de uma árvore tinha precisamente 1 metro e 78, era o meu corpo reconheci-o… mas sem rosto, apenas o corpo. E nas costas escrito “Curinga” representado pelo 2 de espadas, um símbolo que apenas tinha significado para nós. Infelizmente a escultura acabaria por ficar na Alemanha, tinha sido esculpida pelo simpático dono da estalagem onde residias. Berghütte van den Berg (qualquer coisa como refúgio da montanha). Foi até engraçado que quando me viu perguntou-te num inglês tosco se eu era a rapariga da escultura. Pelo o que fiquei a saber já lhe tinhas falado em mim muitas vezes, o que me fez sentir uma espécie de conforto absurdo, como se fosse a prova de que, também tu, não tinhas deixado de pensar em mim.<br /><br />Recordo-me que a semana passou num ápice, quando dei por mim estava de regresso a Lisboa e à vidinha de sempre, mas com a promessa que voltarias definitivamente para Lisboa antes da Primavera. Claro que definitivamente nada mais era que até uma próxima vez.<br /><br />Os dias foram passando, quando regressei escrevias-me e telefonavas com muito mais frequência, não havia semana em que não recebesse uma carta tua ou um portal, telefonavas com alguma frequência e a minha existência tornava-se mais suportável.<br /><br />O Inverno passou e chegou Abril, era Páscoa eu estava de férias em casa, recebi um telefonema teu, como já era habitual, falamos durante alguns minutos, despedimo-nos com um beijo e um tímido gosto de ti… No dia seguinte recebi um envelope com um bilhete de avião para Paris e um cartão a dizer “Vem ter comigo, espero-te!”, a partida estava marcada para o dia seguinte.<br /><br />Parti de manhã bem cedo, estava um magnifico dia de primavera, na mala levava pouca roupa, fui sem saber quando regressaria o bilhete era só de ida, mas também não era grave ainda tinha cerca de uma semana de férias, daria tempo para marcar o regresso. Cheguei a paris a Orey na sala de desembarque lá estavas tu à minha espera, saímos do aeroporto e rumamos ao centro de Paris. O dia estava frio, ao contrário da manhã primaveril de Lisboa, abraçaste-me caminhamos abraçados pelas ruas de Paris junto ao Senna, numa paisagem romântica onde parece que o Amor paira no ar constantemente. Começou a chover, apanhamos um táxi e fomos até um café tipicamente Parisiense daqueles que vimos no cinema, sentámo-nos junto a uma senhora com um cão ao colo, verifiquei que é normal em Paris ir-se ao café e levar o animal de estimação e não são apenas cães os gatos também. Bebemos um Café Parisienne. Depois levaste-me ao hotel que ficava no bairro de Montparnasse, de lá avistava-se a Torre Eiffel, disseste que tinhas uma surpresa. Perguntaste se tinha trazido algo para vestir, percebi o que querias dizer, mas não, não trouxera nada de mais sofisticado penas umas calças de ganga. Voltámos a sair por um emaranhado de ruas e vielas e levaste-me a uma loja para comprar um vestido. Voltámos ao hotel para trocar de roupa, e saímos a pé, estava frio, como se fosse inverno, caminhamos até que parámos junto à Torre Eiffel, <em><strong>(para continuar…)</strong></em></div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-69397157856924872752009-09-26T12:01:00.000+01:002009-09-26T12:03:02.337+01:00Do outro lado da cama...<a href="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/Sr30uYRCGLI/AAAAAAAAAXU/lOwdeHU8krE/s1600-h/alba12.jpg"><img style="WIDTH: 320px; HEIGHT: 290px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5385729807030032562" border="0" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/Sr30uYRCGLI/AAAAAAAAAXU/lOwdeHU8krE/s320/alba12.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">Mais um dia apressado que chega ao fim, sem que demos conta que acabou. Ainda há pouco o sol parecia ter nascido e já a noite me cobria negra com o seu manto. Lá fora a cidade teimava em não dormir, os carros corriam apressados e ainda se ouviam as conversas de quem passa rumo a uma noite, quem sabe de euforia. Sexta-feira, mais um fim-de-semana sem planos, sem companhia.<br /><br />Era cedo mas deitei-me, peguei num livro, que tentava teimosamente ler sem nunca conseguir passar das primeiras páginas, não que o autor fosse enfadonho, mas ultimamente o sono chegava de rompante. Andava esgotada, ocupava-me com tudo e com todos, menos comigo, tinha mergulhado de cabeça em mais um projecto, como era meu costume, e isso consumia-me.<br /><br />Mas naquela sexta-feira o sono tinha-me abandonado. Estava uma noite fria de Inverno, como tantas outras de outro Inverno qualquer. A cama vazia desenhava a minha silhueta solitária, era um enorme vazio, e como sempre, eu acabava por ocupar apenas um lado na cama, como se reservasse um lugar para alguém que nunca chegava.<br /><br />Naquela noite desejei alguém que me abraçasse, um rosto que me sorrisse do outro lado da cama. Um beijo antes de adormecer. Um abraço terno ao acordar, um doce bom dia numa manhã de um sábado cheio de possibilidades. Há quanto tempo não pensava nisso, há tempo demais, diria. Fechei o livro, e fiquei imóvel a olhar o tecto, come se tentasse visualizar a minha vida projectada numa tela. Virei-me e abracei o travesseiro na esperança de que ele me abraçasse de volta. Fechei os olhos e apeteceu-me mantê-los fechados por uma eternidade, até que aquele pensamento me abandonasse, até que todo aquele sentir se dissipa-se até desaparecer. Que falta me fazia aquele abraço, um abraço de ninguém.<br /><br />Não conseguia imaginar ninguém ali no lugar vazio do meu lado, porque a verdade é que não havia ninguém na minha vida. Nenhuma saudade, nenhum amor, nenhuma memória do passado que me consumisse. Tudo isso estava ultrapassado decadente, morto, enterrado. O que me consumia era apenas um vazio, um enorme vazio do outro lado da cama e na minha vida. Faltava reaprender a dar-me a viver, a partilhar…<br /><br />Naquela sexta-feira tudo parecia diferente, embora tudo permanecesse igual a todos os dias. Talvez fosse o cansaço que não me trazia o sono. Hoje não me apetecia um corpo apenas do meu lado, um usurpar de sentidos, que terminam antes da alvorada. Hoje queria um adormecer diferente, um sentir mais forte, uma permanência, uma continuidade. Um abraço que me dissesse “é bom estar do teu lado”. Não queria um calor que me aquecesse os pés, queria um ser que me enchesse a alma.<br /><br />O silêncio invadiu o meu quarto, ouvia ao longe o barulho da cidade, mas naquele instante era o silêncio que me abraçava, era a dor que chegara assim sem avisar. Rebolei sobre o meu corpo na cama e invadi o espaço que parecia reservado a ninguém. Eu nunca dormia daquele lado da cama, adormecia e acordava como se apenas metade da cama existisse. A vez que alguém existiu foi há tempo demais, e hoje nem pensei que poderia ser essa pessoa a ocupar aquele espaço. Aquele outro lado da cama era um espaço de ninguém ou de alguém que não existia, ou que ainda não tinha chegado…<br /><br />Voltei a abraçar o meu companheiro de todas as noites, o travesseiro que repousa teimosamente do meu lado, do outro lado da cama. Abracei-o com tanta força, quanto aquela que ainda me restava, e chorei com saudades de ninguém, nem de coisa nenhuma, apenas com a aquela tristeza no peito de quem espera por um futuro, ao qual não se permite existência. E pela primeira vez adormeci do outro lado da cama com a esperança de acordar, na manhã seguinte RENASCIDA.</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-29368078723844233272007-08-08T21:41:00.000+01:002008-12-09T06:32:36.525+00:0033 anos<div align="justify"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/Rroq06axowI/AAAAAAAAAJk/QUXVkWTyL_M/s1600-h/16+há+um+tempo.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5096433016846263042" style="CURSOR: hand" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/Rroq06axowI/AAAAAAAAAJk/QUXVkWTyL_M/s320/16+h%C3%A1+um+tempo.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />Hoje acordei e vi que a minha vida nada era do que eu um dia sonhara….. e a de alguém é, perguntei. Fiquei sem resposta, os sonhos crescem connosco, evoluem, mas os meus ainda são os de criança. Cresci depressa demais e não deixei que os meus sonhos crescessem comigo. Ficaram pequeninos à medida da minha meninice, e hoje não tenho nada. Deixei que um amor podre governasse a minha vida, deixei que alguém que não merecia fosse grande demais. Foram anos quase metade da minha vida, agarrada ao que nunca existiu se não na minha cabeça, na minha patética fantasia de criança.<br /><br />Desejei fazer de Agosto um mês feliz, o mês que me viu chegar ao mundo, e parece que todos os meus erros nele se encontram, talvez até ter nascido tenha sido um erro, o maior, o mais grave mas o único que não foi meu. Foi em Agosto que larguei uma vida que tinha construído e que a deitei no lixo, com desprezo por mim mas com um amor desmesurado por alguém que nunca o mereceu. Foi em Agosto que recebi a carta mais dolorosa mas que na altura senti com doçura, foi em Agosto tudo, nesse mês que me amaldiçoa…. Foi em Agosto que me casei com alguém que eu não amava, mas que acolhi em busca de um sonho, tentei mas quando não há amor nada se consegue.<br /><br />Talvez seja eu o problema, talvez sonhe demais, pense demais, sinta demais, talvez eu seja demais para mim própria e mais ainda para os outros. Talvez eu tenha fechado todas as portas e janelas e agora que as abri me assuste e viva apavorada. Só sei que hoje não tenho nada, e que me culpo constantemente por nada ter. Que carrego essa culpa nos meus ombros, mas que também com ela já não sei viver. Talvez me apeteça fugir, embora saiba não ser essa a solução. Mas porquê não começar de novo num outro lugar, longe daqui? Porque não? Porque não tenho coragem, porque a novidade me assusta e o desconhecido mais ainda.<br /><br />Vou fazer 33 anos, e mais uma vez só queria estar longe daqui, num outro lugar e ter coragem, não ter medo de recomeçar. Mas o que mais me dói é não ter mais sonhos, ter apenas aqueles que sei não poder alcançar, porque os que posso concretizar me assustam mais que continuar a iludir-me com o que não posso ter.<br /><br />Não quero pena, nem compaixão, quero amizade, companheirismo, compreensão. Quero partilhar, sentir, amar…. quero uma vida nova, recuperar o que perdi, o tempo não volta atrás, mas posso melhorar o que ai vem. Não sei como, mas sei porquê.</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-731881748692184813.post-15168467689531815092007-07-24T23:25:00.001+01:002009-06-05T01:49:50.339+01:00Simplesmente Maria<a href="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/RqaGeqaxouI/AAAAAAAAAJU/qMEOmfQBJy8/s1600-h/roses+for+my+friends.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5090904290129715938" style="CURSOR: hand" alt="" src="http://4.bp.blogspot.com/_tS9BEnqdXOQ/RqaGeqaxouI/AAAAAAAAAJU/qMEOmfQBJy8/s320/roses+for+my+friends.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><br /><br />Era noite e lá fora a chuva caía levemente como se de neve se tratasse. Olhei pela janela e reparei que os telhados brilhavam, as árvores sorriam e na rua formavam-se várias poças que reflectiam o céu cinzento por entre os pequenos círculos da chuva.<br /><br />Dirigi-me para a sala e acendi a lareira para poder ficar com uma temperatura amena. Liguei a televisão. Depois de vários “zapping”, aborreci-me. Decidi ir até à biblioteca, para mim, um dos locais mais aprazíveis da casa e sentei-me na poltrona em couro castanho. Na parede em frente tenho a minha vastíssima colecção de livros, tudo bem separado para ser de fácil procura. Predominam os romances, ou não seria eu um eterno romântico apaixonado pela vida. Perdido no olhar, observando cada um deles, deparei-me a fixar o olhar num deles: “Vai onde te leva o coração” de Suzanna Tamaro. Recordei a leitura e sorri. Sorri porque é assim que gosto de viver, sentindo a vida e ir onde o meu coração me quiser levar, apesar deste meu coração romântico me levar por vezes, por caminhos tortuosos.<br /><br />Pouco me importa neste momento essas dores passadas, que embora me atormentem de vez em quando, faço os possíveis para que permaneçam no seu lugar… no passado. A verdade é que na maior parte do tempo não consigo.<br /><br />Dirigi-me de novo para junto da janela, continuava a chover no entanto agora o que via não me parecia tão sorridente. A tristeza invadira-me o coração, ou talvez fossem apenas as saudades.... de alguém ou de alguma coisa. Não sei!<br /><br />Aquele livro…ah ou seria da solidão? Aquela que não me larga, nem mesmo quando os amigos me invadem a casa, desde aquele dia em que te partiste sem dizeres uma palavra, sem réstia de consideração por todo o amor que te dava, que sentia por ti e… que ainda sinto.<br /><br />Cada dia que passa afasta-me cada vez mais de mim mesmo e aproxima-me assustadoramente da memória de ti, dos nossos momentos, das recordações que eu tento a todo o custo apagar.<br /><br />Apetecia-me falar-te, fazer-te perguntas: Que nos acontecera? Nunca me amaste?<br />Roubaste do meu peito, todos os sonhos, todas as emoções e estupidamente eu deixei-me levar pelo coração …. que engano.<br /><br />Mas não desisto de me deixar levar… mas este maldito apenas me transporta para o teu lado, mesmo sabendo que tu já lá não estás, que nunca estiveste. Tento largar a tua imagem, mas sigo-te como a uma miragem… e não te alcanço. Imagino os teus braços abertos que nunca se fecham para me abraçar. Faço de ti o meu horizonte quando te encontro em todo o lugar. Tua boca, teu corpo, o teu silêncio devastador….<br /><br />Nunca mais disseste uma palavra, nem te interessaste por saber se era vivo… tentaste saber de mim através de amigos comuns, mas nunca tiveste a coragem de pegar no telefone e dares um simples “Olá”.<br />Tu sabias o quanto me tinhas magoado, sabias que te perguntaria vezes sem conta “O que nos acontecera?” até que obtivesse uma resposta.<br /><br />Mas sabes, foi sempre o teu silêncio que me arrasou, mesmo quando estávamos juntos limitavas-te a superficialidades, quando te perguntava algo respondias com monossílabos como se fosses uma criança. Era assim que eu te sentia mulher-menina … dona e senhora da minha vida fonte dos meus desejos.<br /><br />Nunca me falaste de ti, o que eu pensava conhecer de ti (e digo pensava porque hoje estou certo que nunca te conheci.)… depreendia-o através dos teus gestos, das breves observações que fazias sobre banalidades.<br /><br />Nunca me disseste o que gostavas, eu adivinhava-o pelas reacções do teu olhar, do teu corpo, das subtis mudanças de expressão do teu rosto. Adivinhei mal e tu nunca me o disseste, e eu tolo achava que eras feliz do meu lado. Pobre pateta …. tão cego andava eu pelo teu amor, e continuo… pois desejo a cada instante o teu regresso.<br /><br />O teu silêncio, se soubesses a angústia de não ter podido fazer nada, a estúpida sensação de impotência, senti-me um inútil incapaz de te fazer feliz, incapaz de te ver partir desejoso de te ver voltar. E nem na partida a tua boca se abriu…., apenas insultos mas nunca uma explicação um porquê.. O que nos tinha conduzido até aquele momento? Porque ficaste tanto tempo se nunca me amaste?<br /><br />Lembro-me daquela noite… chovia tal como hoje, violentamente o vento soprava, pelo céu irrompiam relâmpagos seguidos de enormes estrondos ensurdecedores. Entrei em casa completamente encharcado, deparei-me com um estranho silêncio, olhei o relógio, eram 20:30 e pensei “já devia ter chegado…”<br /><br />Percorri o hall e fui directo à cozinha, que ficava do lado oposto da casa, bebi um copo de água e dirigi-me para a sala. Fiquei paralisado à porta, lá estavas tu, silenciosamente sentada no escuro. A luz da rua iluminava discretamente o teu rosto e apercebi-me que estavas a chorar. Aproximei-me de ti, sem proferires uma única palavra levantaste-te de rompante, esticaste o braço, afastaste-me do caminho com desdém e seguiste até à porta. Paraste.<br /><br />Lembro-me que olhava para ti e tu permanecias imóvel como uma estátua de costas para mim. Eu fiquei colado ao chão, tudo me parecia tão surpreendente, aliás tu eras surpreendente, mas era isso que me prendia a ti, era essa a minha âncora a minha amarra, e tu o meu mar violento que mexia com a minha existência de uma forma única e deliciosamente inexplicável e incompreensivelmente tão irracional.<br /><br />De repente viraste-te para mim, deste dois passos na minha direcção e paraste, parecia que as palavras se te prendiam na garganta, não aguentei mais e perguntei<br /><br />- <em>Que se passa Maria</em>?<br />A tua resposta foi um profundo e prolongado suspiro, caminhei até ti<br />- <em>Pára!!</em> – Gritaste.<br />- <em>Que aconteceu? Ainda ontem estavas tão bem, alguma coisa comigo? Fiz-te algum mal Maria….. Não te compreendo<br /></em>- <em>Pois o mal é esse…..<br /></em>- <em>Que queres?</em> – perguntei num tom desistente.<br /><br />Dirigiste-te novamente para a porta pegas-te no casaco, com a aquele teu ar tranquilo e avassaladoramente silencioso. Estranhamente o teu olhar secara e de lágrimas nem sinal.<br />Não aguentei…. corri para a porta e perguntei numa tranquilidade quase frágil<br /><br />- <em>Que estás a fazer?</em> – Como se eu já não soubesse que o que mais querias era saír por aquela porta sem sequer olhares para trás.<br /><br />- <em>Não quero nada…. nem sei se algum dia quis….</em><br />Os teus olhos pareciam punhais tamanha era a frieza, não só das palavras como a que vi naquele instante contida em teu olhar.<br /><br />- <em>Não acredito… Maria…. que frieza … algo aconteceu e eu não vi….</em> - pois eu estava cego.<br /><br />- <em>Pois o problema sempre foi esse… ou nenhum, provavelmente o problema sou eu…. Estou cansada desse teu amor patético… ainda hás-de me dizer o que te dei?</em> – elevaste subitamente a voz – <em>Nunca te dei NADA! Mas esse teu amor por mim é tão submisso, tão permissivo… tão patético. A palavra é mesmo essa Patético. Cansa-me, esgota-me tanto amor … tanta tolerância……<br /></em><br />De repente deixei de te ouvir, recolhi-me no meu silêncio, via os teus gestos, sentia a agressividade das tuas palavras e senti-me verdadeiramente patético. O que nunca disseras disseste-o num segundo, e tinhas tudo isso dentro de ti e eu nunca vi, nunca sequer o imaginei, pior nunca o senti. Vivi uma ilusão com uma pessoa que eu inventei, tão imaginária como qualquer personagem de BD, e ao mesmo tempo tão real<br />Fiquei parado no hall de entrada a olhar para ti enquanto falavas. Imóvel escondido no meu silêncio de não te querer ouvir. Antes de saíres ainda te ouvi dizeres:<br /><br />-…. <em>desculpa se te enganei nunca compreenderás porquê. Esse teu amor por mim nunca permitiu que visses quem sou, eu tentei, Adeus!<br /><br /></em>Sorri, nem me lembro bem porquê, por ironia talvez. Guardei na memória “eu tentei”. Tentaste o quê? Dizer-me? Fazer-me entender? Será possível que o meu amor por ti tenha sido tão cego, tão patético, como tu mesma disseste? Não sei. Mas se esse meu amor foi patético ainda o é, porque ainda te recordo com carinho, com dor com ódio. Sim Maria… o amor e o ódio andam tão próximos como a guerra da paz e a coragem do medo.<br /><br />Estás a ver… ainda falo contigo como se estivesses aqui, ao alcance da minha mão. A cada dia que passa chego à conclusão que ainda te amo, que não te esqueci, provavelmente nunca te esquecerei porque a vida não permite que coexistam na mesma existência duas Marias. E nunca me fizeste bem, é o que me dizem e eu sei que é verdade, mas deste-me coisas que ninguém imagina o quanto me fizeram bem, o quanto me enalteceram.<br /><br />Será que te amo porque mendigo amor por ai como um idiota? Tu foste aquela que engrandeceu a minha tão pequena existência, encheste de luz o meu mundo que as amarguras da vida escureceram… foste tu, só tu Maria.<br /><br />Hoje estou aqui arrependido ou não, não sei. Mas só … só quando o teu cheiro ainda enche esta casa, quando as memórias de ti não me deixam esquecer-te. Não esqueço o teu sorriso traquina… a tua tranquilidade a cada passo… a segurança com que entravas numa sala e a deslumbrante luz com que a enchias num instante, no terno esboçar de um sorriso.<br /><br />Este ser patético, aqui permanece, amarrado ao amor que te tem… perdido num mar infindável de perguntas sem resposta, desde o dia em que partiste. Porque partiste? Como podes dizer que nunca me amaste se eu tão intensamente assim o senti? Foi um engano, uma ilusão… mas que magia tal exerce esta minha fascinação por ti. Puro deslumbramento, insanidade talvez.<br /><br />Há dias em que desisto de tentar explicar, outros em que tento a todo o custo arranjar um motivo um ponto de partida que me ajude a esquecer-te. Faço um esforço para que o ódio do abandono vença a estupidez deste amor e não consigo. Como se tudo o que por ti sinto fosse mais forte, mais poderoso que qualquer desejo meu de paz. Essa paz que não encontro, que nem sei mais se existe, mas que certamente nunca conheci a teu lado.<br /><br />Talvez o meu amor por ti se tenha alimentado de pequenos nadas, talvez tenha sido um amor auto-suficiente que para não se extinguir alimentou-se da ilusão de que era correspondido. Porque eu sentia que me amavas, embora tu nunca o dissesses. Via-o no teu olhar, nos teus gestos na alegria que encontravas do meu lado…. nas gargalhadas, nos momentos que partilhávamos e na cama... Sim Maria, jamais esquecerei os teus beijos, o doce sabor dos teus lábios, o delírio que era para mim tocar teu corpo, beijar-te os seios, sentir-te enlouquecer… O ondular do teu corpo no meu colo… os gemidos no meu ouvido, as tuas mãos a passear no meu corpo. Os teus seios no meu peito… a sensualidade com que os roçavas no meu rosto. Tudo Maria.<br /></div><div align="justify">Fazias amor como uma deusa…. Nunca poderás compreender o teu poder, mulher-menina rainha dos meus sonhos, nunca compreenderás o que é poder estar dentro de ti… uma união plena, um despertar deslumbrante para a vida, um renascer a cada instante em que te toco… ou melhor tocava. Maria…. sempre, eternamente Maria …<br /><br />Bom ou mau, recordo-te como só eu te conheci, ou imaginei, como queiras…. serás sempre mulher-menina, a deusa que entrou e transformou a minha vida a rainha dos meus sonhos, dona e senhora dos meus desejos…. Eternamente tu … simplesmente Maria!</div>DoceAromahttp://www.blogger.com/profile/00049425070626636395noreply@blogger.com1