Katie Melua

domingo, 16 de maio de 2010

... Balada...

Deixo-me ficar, presa a uma melodia que toca incessantemente dentro da minha cabeça, sempre a mesma canção sempre o mesmo final abrupto. Notas que tocam em dissonância, numa música que conheço de cor e que sei sempre como termina. Vivo o presente, sedenta de uma paz que já não encontro, num desassossego trôpego e sonolento, de coração fechado, adormecido, mas com uma sede demente de viver.

Procuro por ti em todos os lugares onde vou e finjo encontrar-te até onde não estás, numa ânsia infantil de ter o que perdi, como se fosse possível ter-te em todos os lugares, em todos os momentos e recuperar um tempo que passou. Tenho sede de viver, de saborear o presente, essa dádiva de vida, e abraçar os dias como quem não tem mais dias para viver e nada mais pelo o que esperar.

Apetece-me voar, pousar na tua janela, na esperança que ela se abra e me deixes, enfim, entrar, e quem sabe até ficar durante o tempo com que á vida deseje nos presentear. Não fujas deste momento, que nunca fugi de ti… solta essa melodia doce que nos embala e deixa-a tocar… deixa que as notas se alinhem e que o desafinar desatinado dos nossos dias possa finalmente ser a balada doce em que te canto.

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