Katie Melua

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Inspira este ar que te rodeia, putrefacto irrespirável e tenta seres tu… Apaga a dor e o medo e vai, vai onde nunca fostes, onde nunca ninguém foi. Grita a uma só voz essa dor que trazes no peito, chama o nome que te engasga e sufoca, grita que talvez alguém te oiça. Traz à pele o desespero que te fere, lambe a ferida que carregas, a mágoa de não seres ninguém. Acaba com esse desassossego, essa eterna angustia de seres nada.

Inspira o ar que te rodeia… o puro ar que te espera amanhã em cada dia, aceita esta mão que se estende e vem. Vem que jamais é tarde quando no peito um coração ainda bate, já dizia o poeta “não é tarde nem cedo para quem se quer tanto”. Devaneia a silhueta que deslumbra, esquece o medo, permite-te viver, ser e querer o que tanto anseias. Não permitas que te cortem as asas e aniquilem os sonhos, voa que o céu não tem limites, voa para lá desse horizonte que te espera. Abre a janela dos sonhos, essa porta aberta para a vida. Vem que o futuro ainda te espera… o amanhã ainda não aconteceu.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Hoje penso em ti....



Hoje penso em ti, como tantas outras vezes, sem desespero mas com uma saudade que eterniza momentos que vivem em mim, que me habitam tal como tu. Sem que queira explicar porque me invades, me possuis o corpo e a alma como nunca ninguém, uma explicação que à muito já não procuro. Sinto no corpo o fogo da primeira vez e na alma a dor de uma ausência que não existe, mas de uma distância tão real.

Penso em ti, porque hoje acordei com o teu corpo no meu, com o teu cheiro entranhado nas minhas narinas, com o terno toque dos teus lábios, com as tuas mãos a afagar-me os seios., e chamei por ti... Quase gritei teu nome... apeteceu-me tanto, tanto, saber de ti... ouvir-te a voz, e não tive coragem de te ligar para não perturbar essa tua "paz", e quis, secretamente, também quis, perturbá-la, até mesmo acabar com ela. (desculpa)

Tenho saudades de ti e não receio dizê-lo é uma saudade infinita, eterna. É um precisar-te mais que a mim mesma, algo que me transcende... que não acaba mais. Quero-te, e ao contrário de ti eu não tenho medo, apenas vontade, vontade de te ter e não importa se é um instante roubado ao teu mundo ou se é tu fazeres parte do meu... tu és o meu mundo, tens uma casa de porta aberta no meu coração. Para mim será sempre um dia..., que poderá estar perto ou distante, ou até mesmo não existir. É um dia que será finalmente meu, talvez até quem sabe em outra vida, por ti ouso até pensar que outra vida possa existir, é uma forma de alimentar esta minha esperança infantil que sobrevive tão simplesmente porque eu quero e mereço tê-la.

Não sabes tu que me habitas o corpo e a alma, que me possuis como nunca ninguém? Saberás tu que ainda te espero? Que jamais vou desistir de nós, por todos os motivos e mais alguns, mas principalmente porque acredito em ti e em nós... não desisto nem mesmo que me o implores. Que interessa o tempo quando é tão relativo, que importa se um dia um mês um ano? A única coisa que não posso é deixar de saber de ti e ter-te ainda mais perto seja numas palavras escritas, num breve café, ou até mesmo numa carta em branco... A mim basta-me saber de ti, saber que existes por ai.... no mundo.

domingo, 6 de junho de 2010

Para quem não acredita em finais Felizes

É urgente acreditar! Que nem tudo termina mal, que a vida é mais que um simples suceder de acontecimentos encadeados uns nos outros. A vida é mais que isso, tem de ser, se não, não fazia sentido viver. A vida é o bem mais precioso que temos, é importante nunca desistir, nem mesmo perante a maior das tormentas. É preciso acreditar em finais felizes!

O futuro constrói-se hoje. É no agora que construímos amanhã, por isso mesmo colhemos o que semeamos, há que não fazer tudo de forma inconsequente, porque todo o acto tem uma consequência e podemos não estar preparados para ela e é ai que tudo se desmorona, quando não conseguimos enfrentar as consequências dos nossos actos. Claro que a vida também nos surpreende e, infelizmente, nem sempre de forma agradável. Mas talvez esses acontecimentos menos felizes sirvam para testar a nossa força e a nossa convicção, são ensinamentos que nos fazem crescer.

Talvez seja mentira quando dizemos que não nos arrependemos de nada, porque certamente, em alguns momentos, já nos arrependemos de escolhas que fizemos ou de acções que tomamos, mas até esses arrependimentos serviram, de alguma forma, para construir aquilo que hoje somos.

É urgente acreditar em finais felizes, para que valha a pena cada momento, para que possamos continuar a viver, a sonhar e a construir o nosso futuro, para que possamos correr, de forma construtiva e consciente, atrás daquilo que queremos e concretizarmos, assim, todos os nossos objectivos. Podermos alcançá-los deixando para trás o mínimo de destruição possível, porque por vezes, até mesmo sem querer, ao tentarmos alcançá-los acabamos por magoar alguém no caminho.

Por isso é urgente escrevermos a nossa história de forma a também nós termos o nosso Final Feliz.

Não sei dizer-te Adeus... (Simplesmente Maria)


Hoje sou eu que fujo, que me escondo da mulher que mais amei (amo) tu! Amei-te (amo-te) de forma completa, apaixonada, amei-te (amo-te) por inteiro sem reservas. Hoje parece que o tempo foi morrendo em meus braços, traiçoeiro, e trouxe pela mão as dúvidas, os medos. Sentia-te fugir entre meus dedos e não sabia, não compreendia porque te afastavas… fugiste várias vezes voltavas e eu perdoava-te, sem pedires perdão, de crimes que achavas não teres cometido, de dores que pensavas não teres causado, de feridas que eu insistia em esconder.

Não me encontro mais nos momentos felizes, fujo daquilo que verdadeiramente quero e engano-me com sobras, migalhas de coisa nenhuma. Quero os teus braços, o teu beijo, a loucura insana da tua austeridade, quero o carinho que não sabes dar, e que eu, tão bem, finjo receber, concedendo a um qualquer gesto uma grandeza romântica que não possui.

Sabes o que isso é? Querer algo e fingir que não queremos nada, ou simplesmente guardarmos, em segredo, o que queremos, para não perdermos o que temos, só porque é melhor que não ter nada... Sabes o que isso é? Como se não soubéssemos que merecemos mais que este momento vazio, e que mesmo não sendo vazio não corresponde em nada ao que queremos, é cheio de coisas, mas de coisas que não nos fazem falta e que apenas preenchem o vazio, e um vazio preenchido, às vezes, parece melhor que a solidão. Contigo foi assim…

Sabes o que isso é? Apetecer gritar, numa sinceridade cortante, fria que queremos ISTO ou AQUILO... e tudo isso que queremos ser tão diferente do que têm para nos dar, e assim sendo que mais vale não ter nada, mas valerá? Valerá a pena trocar pouca coisa por coisa nenhuma e simplesmente partir à conquista do que idealizámos, partir depois de sabermos que essa mesma viagem já nos consumiu uma e outra vez antes, já nos engoliu e devorou anos de busca, de vida?

Valerá a pena disfarçar com a felicidade dos outros a nossa tristeza, e continuar querendo uma e outra coisa ou o que nunca se poderá ter, não porque não se tente mas, muito provavelmente, porque simplesmente o que procuramos não existe. Tu, sempre tu, foi tudo o que quis, e perdi-me em tanto querer, tanto amor, tanta cegueira… esta paixão doentia fugir-te é perca de tempo existes mesmo quando não estás. E hoje não me apetece existir em ti, por ti, para ti, mas a verdade é que eu não sei existir de outra forma que não em ti.

Maria, violentas-te a minha dignidade na noite em que bateste com a porta e partiste, o meu orgulho de macho ficou ferido até ao dia em que voltaste, com todas as razões do mundo, despejando em mim as culpas da tua saída intempestiva, da tua ausência, dos teus silêncios, e eu aceitei as culpas para que não fugisses mais uma vez, para te ter novamente. Ceguei, no silêncio doce do teu beijo, na paixão fervente do meu sangue, no teu olhar vazio que nunca entendi… e mergulhei de novo numa espiral onde apenas existes tu, Maria. Tu sabes que tens o poder dos astros, a divindade colossal de mulher-menina, que me fascina, que me faz perder o contacto com a razão e a lógica e me dota de uma irracionalidade que, quando consciente, nem mesmo eu compreendo.

Tu, Maria, foste mar, terra, meu chão que pisava firmemente, com o orgulho ou a estupidez de quem a paixão, o amor cegou. És a mais bela balada, tens a sensual violência de um tango, a cadência de um bolero, as voltas de uma valsa. A musicalidade dos teus ombros nus jamais poderá ser escrita numa partitura, jamais alguém a poderá tocar como eu, porque talvez nunca ninguém te sinta, te viva desta forma que me é tão particular. Sentia-me, quando mergulhava no teu corpo, como maestro e único músico de uma orquestra monumental. Não tem explicação, nem existem palavras para descrever como é possuir o teu corpo, a magia que é sentir a tua boca, as tuas mãos na minha pele… Jamais poderei esquecer-te, Maria… simplesmente Maria.

Preciso dizer-te adeus, e sei que jamais saberei como, hoje não me apetece trocar alguma coisa por coisa nenhuma mas também não me apetece esta tristeza, por isso não estou a fugir estou a tentar encontrar-me, e sei que existo algures longe de ti, mas não sei fugir-te, não sei dizer-te Adeus e sei que não me amas que nunca irás ficar, mas deixa-me que saboreei este momento enquanto ele durar.

domingo, 16 de maio de 2010

... Balada...

Deixo-me ficar, presa a uma melodia que toca incessantemente dentro da minha cabeça, sempre a mesma canção sempre o mesmo final abrupto. Notas que tocam em dissonância, numa música que conheço de cor e que sei sempre como termina. Vivo o presente, sedenta de uma paz que já não encontro, num desassossego trôpego e sonolento, de coração fechado, adormecido, mas com uma sede demente de viver.

Procuro por ti em todos os lugares onde vou e finjo encontrar-te até onde não estás, numa ânsia infantil de ter o que perdi, como se fosse possível ter-te em todos os lugares, em todos os momentos e recuperar um tempo que passou. Tenho sede de viver, de saborear o presente, essa dádiva de vida, e abraçar os dias como quem não tem mais dias para viver e nada mais pelo o que esperar.

Apetece-me voar, pousar na tua janela, na esperança que ela se abra e me deixes, enfim, entrar, e quem sabe até ficar durante o tempo com que á vida deseje nos presentear. Não fujas deste momento, que nunca fugi de ti… solta essa melodia doce que nos embala e deixa-a tocar… deixa que as notas se alinhem e que o desafinar desatinado dos nossos dias possa finalmente ser a balada doce em que te canto.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Vida...

Parecia que me olhavas, que aquele olhar captado pela objectiva, a uns milhares de quilómetros de distância, era para mim. Estavas ali à minha frente numa imagem bidimensional, sem movimento, e eu podia facilmente imaginar-te aqui sentado do meu lado, com aquele mesmo livro na mão a olhares para mim e a falares-me, sem proferires palavra, naquele teu silêncio tão esclarecedor, tão cheio de promessas silenciosas, que não se precisam dizer. E pouco me importa que nunca se cumpram, senti a veracidade com que as desejastes, a vontade com que as sonhamos juntos enquanto separados.

Ali estavas tu à minha frente a olhares para mim, tinhas uma barba que me recordava uma outra noite, em que fomos à praia, num dos teus muitos e espaçados regressos. Depois veio-me à memória uma ida ao Porto uma paragem fugidia pelo caminho e um beijo, apenas e só um beijo. A memória abriu-se e recordei umas bancadas de um pequeno campo de terra batida e um beijo que se deu a medo, deixando, ao fim de tantos anos, na boca, o sabor a esperança, a esperança de que pudessem haver muitos mais depois daquele. E mais uma fuga, por medo ou cobardia, tiveste medo quando tinhas a vida toda e continuas com medo, agora que a vida toda pode ser apenas um único instante, um simples e solitário suspiro. Sempre o medo a toldar-nos a existência, a extinguir-nos as vontades e os quereres. E deixamo-nos morrer lentamente à porta dos sonhos, com medo de entrar e descobrir o que poderia ter sido se tivéssemos tido a coragem de arriscar e dar um passo no escuro, o derradeiro passo, que nos lançaria no abismo ou que nos faria voar. E quero acreditar que a esperança nunca morre, que a minha é do tamanho do mundo e suficiente para nós os dois.

Há dias em que a esperança jorra, transborda de mim e inunda o mundo à minha volta, mas também desespero, também duvido, mas jamais abandono aquilo em que acredito mesmo quando estou a duvidar. Sei que passa que a dúvida vai e vem como a ausência, que às vezes precisamos apenas de um sinal para continuar a acreditar. E sempre tive os sinais que me permitiram acreditar mais que duvidar.

Estás aqui, à minha frente, a olhar para mim nesta tua imagem bidimensional e parece que estás aqui que nunca daqui saíste, a dizer-me que posso ter o mundo se quiser, mas para que serve tê-lo se não o puder partilhar. Não percebes que é por ti que eu espero, na demora do tempo que teima em arrastar-se, em não passar. Passo a mão pelo teu rosto naquela fotografia e sou capaz de sentir-te a pele nos meus dedos e, basta fechar os olhos, para sentir o teu beijo, o teu cheiro e ouvir a tua voz doce suave, que me acalma numa paz que não sei explicar. E pergunto porque não te tenho aqui? Porque o medo, ou talvez não, nos impediu de fazer, num outro dia, uma escolha que poderia ter feito toda a diferença, ou talvez não. Hoje assola-me o que poderia ter sido se…

Hoje sou um poço fundo de esperança, sou capaz de dar o salto, de arriscar aquele passo no escuro e ver até onde posso chegar, quero ver o que está para lá deste muro invisível que não ousei transpor, por medo, sempre o medo de arriscar. Não quero ter arrependimentos, não adianta de nada fugir quando coisas há que nos perseguem, porque é em nós que existem independentemente de onde e com quem estejamos. Não estou sozinha nesta luta, eu sou capaz, ao ver-te olhar para mim eu sei que sou capaz. Tu fazes-me bem… e eu adivinho-te o sentir sem palavras, “grito os teus próprios gritos” e tu lês-me à distância de milhares de quilómetros… Parece que sabes quando ir e vir… ouves os meus pensamentos e vens sempre que preciso de ti… és uma lufada de vida na própria vida porque és a vida em si.

domingo, 18 de abril de 2010

...

Acredito no Amor, como sendo um sentimento nobre grandiosos, mas também egoísta, acredito que seja capaz de demover montanhas, de derrubar e erguer muros, de construir e destruir mundos. Só não acredito nos sentimentos dos outros, nos teus. Não acredito na sua veracidade, na sua honestidade, no seu poder. Acredito no Amor como o mais poderoso dos sentimentos, mas não acredito no amor dos outros, na sua grandeza. O amor não se desvanece, não cessa, não acaba num ápice, não morre de morte súbita se for amor. Nunca foi Amor. Senti algo da tua parte mas não era Amor.

O amor tem a grandeza de lutar, de se defender, coexiste com as dificuldades e sobrevive. O Amor é único, capaz de durar a vida inteira, capaz de mudar o mais relutante dos Homens, capaz de enfrentar dificuldades mas quando não há amor não vale a pena lutar, nem tentar sequer, nada não vale a pena. Não vale a pena  uma luta, nem a mais pequena, muito menos a mais longa batalha que é tentar uma vida a dois… E tu não queres lutas.

Por isso nunca me amaste, gostaste de mim, servi para aquele momento, preenchi um espaço que estava vazio, servi o meu propósito, acontece. Mas o que não deve acontecer é levar as coisas longe demais, tão longe que a dor que causa não vale sequer o propósito que a tua passagem pela minha vida tenha tido. 

Não se deve criar ilusões nos outros, fazê-los acreditar que é possível, que até é isso que queremos. Fazê-los acreditar que até são amados, que queremos ficar do seu lado, eu não merecia que me fizesses acreditar tanto em algo que não era verdade, porque se fosse amor não acabava assim, desfeito, porque não queres mais lutas…