Katie Melua

domingo, 6 de junho de 2010

Para quem não acredita em finais Felizes

É urgente acreditar! Que nem tudo termina mal, que a vida é mais que um simples suceder de acontecimentos encadeados uns nos outros. A vida é mais que isso, tem de ser, se não, não fazia sentido viver. A vida é o bem mais precioso que temos, é importante nunca desistir, nem mesmo perante a maior das tormentas. É preciso acreditar em finais felizes!

O futuro constrói-se hoje. É no agora que construímos amanhã, por isso mesmo colhemos o que semeamos, há que não fazer tudo de forma inconsequente, porque todo o acto tem uma consequência e podemos não estar preparados para ela e é ai que tudo se desmorona, quando não conseguimos enfrentar as consequências dos nossos actos. Claro que a vida também nos surpreende e, infelizmente, nem sempre de forma agradável. Mas talvez esses acontecimentos menos felizes sirvam para testar a nossa força e a nossa convicção, são ensinamentos que nos fazem crescer.

Talvez seja mentira quando dizemos que não nos arrependemos de nada, porque certamente, em alguns momentos, já nos arrependemos de escolhas que fizemos ou de acções que tomamos, mas até esses arrependimentos serviram, de alguma forma, para construir aquilo que hoje somos.

É urgente acreditar em finais felizes, para que valha a pena cada momento, para que possamos continuar a viver, a sonhar e a construir o nosso futuro, para que possamos correr, de forma construtiva e consciente, atrás daquilo que queremos e concretizarmos, assim, todos os nossos objectivos. Podermos alcançá-los deixando para trás o mínimo de destruição possível, porque por vezes, até mesmo sem querer, ao tentarmos alcançá-los acabamos por magoar alguém no caminho.

Por isso é urgente escrevermos a nossa história de forma a também nós termos o nosso Final Feliz.

Não sei dizer-te Adeus... (Simplesmente Maria)


Hoje sou eu que fujo, que me escondo da mulher que mais amei (amo) tu! Amei-te (amo-te) de forma completa, apaixonada, amei-te (amo-te) por inteiro sem reservas. Hoje parece que o tempo foi morrendo em meus braços, traiçoeiro, e trouxe pela mão as dúvidas, os medos. Sentia-te fugir entre meus dedos e não sabia, não compreendia porque te afastavas… fugiste várias vezes voltavas e eu perdoava-te, sem pedires perdão, de crimes que achavas não teres cometido, de dores que pensavas não teres causado, de feridas que eu insistia em esconder.

Não me encontro mais nos momentos felizes, fujo daquilo que verdadeiramente quero e engano-me com sobras, migalhas de coisa nenhuma. Quero os teus braços, o teu beijo, a loucura insana da tua austeridade, quero o carinho que não sabes dar, e que eu, tão bem, finjo receber, concedendo a um qualquer gesto uma grandeza romântica que não possui.

Sabes o que isso é? Querer algo e fingir que não queremos nada, ou simplesmente guardarmos, em segredo, o que queremos, para não perdermos o que temos, só porque é melhor que não ter nada... Sabes o que isso é? Como se não soubéssemos que merecemos mais que este momento vazio, e que mesmo não sendo vazio não corresponde em nada ao que queremos, é cheio de coisas, mas de coisas que não nos fazem falta e que apenas preenchem o vazio, e um vazio preenchido, às vezes, parece melhor que a solidão. Contigo foi assim…

Sabes o que isso é? Apetecer gritar, numa sinceridade cortante, fria que queremos ISTO ou AQUILO... e tudo isso que queremos ser tão diferente do que têm para nos dar, e assim sendo que mais vale não ter nada, mas valerá? Valerá a pena trocar pouca coisa por coisa nenhuma e simplesmente partir à conquista do que idealizámos, partir depois de sabermos que essa mesma viagem já nos consumiu uma e outra vez antes, já nos engoliu e devorou anos de busca, de vida?

Valerá a pena disfarçar com a felicidade dos outros a nossa tristeza, e continuar querendo uma e outra coisa ou o que nunca se poderá ter, não porque não se tente mas, muito provavelmente, porque simplesmente o que procuramos não existe. Tu, sempre tu, foi tudo o que quis, e perdi-me em tanto querer, tanto amor, tanta cegueira… esta paixão doentia fugir-te é perca de tempo existes mesmo quando não estás. E hoje não me apetece existir em ti, por ti, para ti, mas a verdade é que eu não sei existir de outra forma que não em ti.

Maria, violentas-te a minha dignidade na noite em que bateste com a porta e partiste, o meu orgulho de macho ficou ferido até ao dia em que voltaste, com todas as razões do mundo, despejando em mim as culpas da tua saída intempestiva, da tua ausência, dos teus silêncios, e eu aceitei as culpas para que não fugisses mais uma vez, para te ter novamente. Ceguei, no silêncio doce do teu beijo, na paixão fervente do meu sangue, no teu olhar vazio que nunca entendi… e mergulhei de novo numa espiral onde apenas existes tu, Maria. Tu sabes que tens o poder dos astros, a divindade colossal de mulher-menina, que me fascina, que me faz perder o contacto com a razão e a lógica e me dota de uma irracionalidade que, quando consciente, nem mesmo eu compreendo.

Tu, Maria, foste mar, terra, meu chão que pisava firmemente, com o orgulho ou a estupidez de quem a paixão, o amor cegou. És a mais bela balada, tens a sensual violência de um tango, a cadência de um bolero, as voltas de uma valsa. A musicalidade dos teus ombros nus jamais poderá ser escrita numa partitura, jamais alguém a poderá tocar como eu, porque talvez nunca ninguém te sinta, te viva desta forma que me é tão particular. Sentia-me, quando mergulhava no teu corpo, como maestro e único músico de uma orquestra monumental. Não tem explicação, nem existem palavras para descrever como é possuir o teu corpo, a magia que é sentir a tua boca, as tuas mãos na minha pele… Jamais poderei esquecer-te, Maria… simplesmente Maria.

Preciso dizer-te adeus, e sei que jamais saberei como, hoje não me apetece trocar alguma coisa por coisa nenhuma mas também não me apetece esta tristeza, por isso não estou a fugir estou a tentar encontrar-me, e sei que existo algures longe de ti, mas não sei fugir-te, não sei dizer-te Adeus e sei que não me amas que nunca irás ficar, mas deixa-me que saboreei este momento enquanto ele durar.